José
de Matos-Cruz | 16 Fevereiro 2016 | Edição Kafre | Ano XII – Semanal – Fundado
em 2004
EVOCAÇÕES
Personalidade
incontornável pela crítica e pelo sarcasmo com que desafia a opinião pública,
entre nós, Rui Zink revelar-se-ia um
prestigiado argumentista de quadradinhos - tal como deixou testemunho em A
Arte Suprema (1997) por António Jorge Gonçalves, ou O
Halo Casto (2000) por Luís Louro. Em outro âmbito da sua prolífica
actividade, Zink escreveu Literatura Gráfica? Banda Desenhada
Portuguesa Contemporânea (1999) - fascinante no contexto analítico e
imprescindível pela abordagem da criatividade nacional em 1968-1984. Com
ligeiras correcções, Zink retomou, assim, a tese de doutoramento apresentada em
1998, sendo professor do Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Viajando ao acaso,
descobrimos - em Capítulo 12, a páginas 153-166 - As Cidades Por Construir, onde Zink aprecia Wanya - Escala em Orongo (1973), como «o primeiro livro de Bd
portuguesa da era do livro na Bd portuguesa». Aos seus talentosos autores,
Nelson Dias & Augusto Mota, se deve ainda Copra - A Flor da Memória, aparecida em fanzine de Coimbra, na
Primavera de 1974.
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CALENDÁRiO
¸1931-11JAN2015
- Kerstin Marianne Ekberg, aliás Anita Ekberg: Actriz e modelo sueca,
intérprete de A Doce Vida / La Dolce Vita
(1960 - Federico Fellini), ao lado de Marcello Mastroianni - «Comunicávamos
com o olhar. Era incrível. Não precisámos de dialogar a maior parte do tempo.
Com o pouco italiano que eu sabia, e com o pouco inglês que ele sabia,
comunicávamos muito, muito bem».
¢23JAN-21MAR2015
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Connections - exposição de pintura de
Henrique Reis.
VISTORiA
¨Estar
vestido de branco deste homem é evidente que nunca voltará a ser encontrado
Depois o choque duma lança contra um elmo aqui o músico fez maravilhas
É toda a razão que se vai quando podia soar a hora sem que tu estejas presente
Depois o choque duma lança contra um elmo aqui o músico fez maravilhas
É toda a razão que se vai quando podia soar a hora sem que tu estejas presente
Nas sombras do cenário permite-se ao povo contemplar os
grandes festins
Comer em cena é sempre do agrado geral
De dentro da empada rematada a faisões
Anões metade pretos metade arco-íris levantam a tampa
E soltam-se ajaezado de guizos e de risos
Brilho contrastado de vestígios de tiros das côdeas sobrantes
Plano sequência do baile dos Ardentes flash-back desfocado do episódio que vem logo a seguir ao do cervo
Um homem talvez ágil demais desce do alto das torres de Notre-Dame
A rodopiar numa corda
Seu pêndulo de archotes clarão insólito à luz do dia
A sarça dos cinco selvagens quatro deles cativos um do outro o sol de plumas
O duque de Orléans segura o facho a mão a mão fatal
Às oito horas da noite tempos depois a mão
Não esquece a brincar com a luva
A mão a luva uma vez duas vezes três vezes
A um canto com o palácio mais branco em fundo as belas feições ambíguas de Pedro de Luna a cavalo
Personificando o segundo luminar
Acabar sobre o brasão da rainhaem lágrimas
A mágoa
Comer em cena é sempre do agrado geral
De dentro da empada rematada a faisões
Anões metade pretos metade arco-íris levantam a tampa
E soltam-se ajaezado de guizos e de risos
Brilho contrastado de vestígios de tiros das côdeas sobrantes
Plano sequência do baile dos Ardentes flash-back desfocado do episódio que vem logo a seguir ao do cervo
Um homem talvez ágil demais desce do alto das torres de Notre-Dame
A rodopiar numa corda
Seu pêndulo de archotes clarão insólito à luz do dia
A sarça dos cinco selvagens quatro deles cativos um do outro o sol de plumas
O duque de Orléans segura o facho a mão a mão fatal
Às oito horas da noite tempos depois a mão
Não esquece a brincar com a luva
A mão a luva uma vez duas vezes três vezes
A um canto com o palácio mais branco em fundo as belas feições ambíguas de Pedro de Luna a cavalo
Personificando o segundo luminar
Acabar sobre o brasão da rainha
A
André
Breton
- Marselha, Dezembro de 1940
(Tradução de Ernesto Sampaio)
MEMÓRiA
®16FEV1946-2011
- Pete Postlethwaite: Artista inglês de teatro e do cinema internacional,
agraciado com a Ordem do Império Britânico (2004) - «Quando estava a
contracenar com ele, era necessário subir a parada, porque se tratava de um
actor perigoso e atrevido» (Miriam Margolyles).IMAG.337
¨ 17FEV1836-1870 - Gustavo Adolfo
Claudio Domínguez Bastida, aliás Gustavo Adolfo Bécquer: Poeta e ficcionista
espanhol - «É um sonho esta vida, / mas um sonho febril de um instante único.
/Quando dele se acorda, / vê-se que tudo é só vaidade e fumo…». IMAG.77
¨ 1797-17FEV1856
- Christian Johann Heinrich Heine, aliás Heinrich Heine: Escritor alemão,
poeta, jornalista e ensaísta - «Nunca admiro o acto ou o facto, mas apenas o
espírito humano. O acto, o facto, são vestimentas e a história não é mais do
que o velho guarda-roupa do espírito humano» (A Batalha de Marengo).IMAG.92
¯ 1483-18FEV1546 - Martinho Lutero:
Sacerdote e teólogo alemão, ligado à Reforma Protestante - «Devemos
submeter-nos à autoridade do príncipe. Se ele abusa ou faz mal uso dela, não
devemos odiá-lo, buscar vingança ou punição. A obediência é devida em nome de
Deus, pois a autoridade é o representante de Deus. Por mais que tributem e
exijam, devemos obedecer e suportar com paciência» (Tributo a César). IMAG.357-442
¨ 19FEV1896-28SET1966
- André Breton: - Prosador e poeta francês - «Passarei a minha vida a provocar
as confidências dos loucos. São pessoas de uma honestidade escrupulosa, e cuja
inocência só em mim encontra um igual». IMAG.137-142-212-426
¨ 20FEV1926-2013
- Richard Burton Matheson, aliás Richard Matheson: Escritor americano, ficcionista
e guionista, autor de Eu Sou a Lenda / I Am Legend (1954) - «Era curioso. Não
tinha pensado nisso durante anos. Para ele, a palavra horrível não tinha sentido. Um horror acumulado acaba por ser um
hábito». IMAG.470
¨ 1780-22FEV1846
- Januário da Cunha Barbosa: Poeta, historiador e biógrafo brasileiro - «Homem
de múltiplos talentos e funções, trabalhador incansável, foi pregador,
jornalista, político, historiador, cronista do Império, professor de Filosofia
e por fim, bibliotecário da Biblioteca Pública da Corte» (Lia Ramos Jordão).
VISTORiA
¨Os
nossos leitores desculparão a publicidade que damos aos seguintes versos
joco-sérios; eles são produções de um mestre sapateiro, sem estudos; mas o seu
gênio aparece nos mesmos disparates de suas composições, e por isso os
espíritos joviais amarão ler, depois de tantas poesias sérias, estas que
recreiam pela sua singularidade.
Januário
da Cunha Barbosa
(Parnazo Brasileiro)
PARLATÓRiO
¯Que
me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão -
porque não acredito nem no Papa nem nos concílios, já que está provado amiúde
que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada
Escritura que citei, estou submetido à minha consciência e unido à palavra de
Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo
contra a consciência não é seguro nem saudável.
Não posso fazer outra
coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!
Martinho
Lutero
¨Quando
conseguirmos que a população em geral compreenda os assuntos da actualidade,
livraremos o povo do incitamento ao ódio e à guerra, realizado pelos
bajuladores da aristocracia. Então, a grande aliança entre os povos, a Santa
Aliança, formar-se-á. Não será mais necessário alimentar exércitos formados por
milhares de assassinos motivados por uma desconfiança recíproca. Utilizaremos
como arado as suas espadas e os seus cavalos, a fim de obter o bem-estar e a
liberdade. A minha vida é dedicada a este labor, esta é a minha missão.
Heinrich
Heine
BREVIÁRiO
¯Universal edita em CD, sob chancela Deutsche Grammophon, em Herbert von Karajan Classic Albums, Jean
Sibelius [1865-1957]: Finlandia, The Swan of Tuonela, Tapiola, Pelléas et Mélisande; [Edvard] Grieg [1843-1907]: Peer Gynt Suites N.º 1 & N.º 2; [Carl] Nielsen [1865-1931]: Symphony
N.º 4 por Berliner Philharmoniker, sob a direcção de Herbert von Karajan (1908-1989).
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¨ Tinta da China lança Obra Completa de Álvaro de Campos /
Fernando Pessoa (1888-1935); edição de Jerónimo Pizarro e Antonio Cardiello. IMAG.26-28-64-82-130-131-157-182-187-196-207-211-236-264-323-326-330-333-343-347-376-382-384-385-395-399-403-404-417-426-433-450-460-467-491-507-509-524-540
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