segunda-feira, abril 30, 2018

Imaginário-Extra: Directório #1

Funcionando como secção adicional, temática e aperiódica, complementar às newsletters regulares do Imaginário, os Extra tratam assuntos relevantes da actualidade, que reúnem divulgações ou apreciações diversas. Criada em 2007, num destaque no blogue original, mas recuperado recentemente em Imaginário-Médio, para referir a edição d'As Tramóias Capitais, a secção ressurgiu em 2012, aquando da conclusão da saga O Infante Portugal, tendo, desde então, adquirido uma maior frequência.
Abaixo listado, está o directório, com links directos, para os primeiros trinta newsletters Imaginário-Extra, publicados nos últimos dez anos, de 2007 a 2017.


#01 – O Infante Portugal e As Tramóias Capitais [Kafre]
#02
– O Infante Portugal vol.3 [Apenas Livros]
#03
– X #11: Deep Pockets of Pain [Dark Horse]
#04
– Manoel de Oliveira ou O Cinema Original
#05
– Susana Resende: Navegador


#06 – Daniel Maia: Exposição a solo, Traços & Tons
#07
– Arquivo de Cascais [C.M.C.]
#08
– José Garcês: Santo António em Banda Desenhada
#09
– António Pinheiro, um Nome para a História do Teatro Português
#10
– 1ª Conversa(s) sobre Banda Desenhada: José Ruy


#11 – Histórias e Quadradinhos [Âncora/GICAV]
#12
– 2ª Conversa(s) sobre Banda Desenhada: José Garcês
#13
– A Sebenta do Tempo, de Mário Augusto [Bertrand]
#14
– O Infante Portugal em Banda Desenhada
#15
– José Garcês e A História de Silves em BD [C.M.S.]


#16 – Blake & Mortimer e O Testamento de William S. [Asa]
#17
– José Ruy e Carolina Beatriz Ângelo [Âncora]
#18
– Blogues e o Mundo Virtual [Jornal i]
#19
– 3ª Conversa(s) sobre Banda Desenhada: Jorge Magalhães e Catherine Labey
#20
– Palestra com João Mascarenhas: Do Tintim ao Menino Triste


#21 – Colectiva Quadradinhos Portugueses: Olhares & Estilos
#22
– As Pessoas da minha Casa, de Júlio Conrado [Âncora]
#23
– 4ª Conversa(s) sobre Banda Desenhada: Geraldes Lino
#24
– Super-Peter: Family Day [St.Peter's International School]
#25
– Da Ideia ao Livro: Oficina performativa em torno da BD


#26 – Masterclass Verve Digital, com Daniel Maia e Susana Resende
#27
– Traços & Tons II, exposição de Daniel Maia
#28
– Caderno Diário da Memória, de Mário Augusto [Bertrand]
#29
– Contos de Sabedoria/Misoso ia Kuijia [C.M.M.]
#30
– 2º Módulo do II Curso de BD no Museu Bordalo Pinheiro

sábado, abril 28, 2018

IMAGINÁRiO #713

José de Matos-Cruz | 01 Julho 2019 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004
 
PRONTUÁRiO

AMEAÇAS
Uma jovem de quinze anos, Liana acaba de saber que o pai é um fugitivo de outro mundo, e que ela própria se tornará herdeira de uma dinastia religiosa, alienígena. Aparentemente, Liana há-de converter-se no ente psíquico mais poderoso do universo - mas, entretanto, alguém se sentou no trono de Ovanan, fazendo-a vítima sem esperança de um governo corrupto, que pretende vê-la morta. Enquanto ela for viva, a Terra estará em perigo, pois os emissários de Ovanan tudo tentarão para eliminar Liana. Porém, se forem bem-sucedidos, as galáxias ficarão sob o controlo de um cruel tirano. Aliás, existe ainda uma terceira hipótese a envolver Liana, uma hipótese que ninguém seria capaz de prever, precipitando um futuro ainda mais terrível do que se imaginaria…
Sob chancela Image Comics, eis Sometimes… The Good Guys Loose! (1991) - mais um segmento fantástico, perturbador, de A Distant Soil. O argumento e a ilustração têm a assinatura de Coleen Doran - que também desenhou, em complemento, A World For Dreaming, uma aventura curta sob concepção de Jan Strnad, prestigiado artista de animação e quadradinhos.


CALENDÁRiO

1932-31DEZ2017 - José Manuel Soares: Artista português, «tão ilustre pintor como autor de vasta obra pela Banda Desenhada». http://bloguedebd.blogspot.pt

01FEV-17MAR2018 - Em Lisboa, Galeria Vera Cortês expõe Intrínseco - instalação de Vhils / Alexandre Farto. IMAG.515-534

03FEV-04MAR2018 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I expõe Do Ver ao Olhar, Retratos de João Alvim.

COMENTÁRiO

José Manuel Soares
A elegância de forma e a harmonia cromática […] caracterizam a [sua] obra… Pintor de renome, mestre da aguarela, José Manuel Soares distinguiu-se também no género realista, em quadros históricos que enriquecem museus e aventuras aos quadradinhos de suave beleza que encantaram as leitoras e os leitores de revistas juvenis como a Fagulha e o Cavaleiro Andante.

CASAMENTO ESCANDALOSO


Em Casamento Escandaloso (1940) - uma das mais populares e amadas comédias românticas, dos anos gloriosos de Hollywood - George Cukor, considerado um realizador de mulheres, coloca Katharine Hepburn entre Cary Grant - após dirigir ambos em Sylvia Scarlett (1935) e A Irmã da Minha Noiva (1938) - e James Stewart, assim especulando uma cumplicidade carismática, pelos equívocos que celebraram a peça de Philip Barry. Hepburn conhecia-a bem, após a sua representação na Broadway, tendo adquirido os direitos. Há dois anos ausente das telas, a diva impôs Cukor e os seus comparsas à MGM, para um regresso triunfal. Claro, Hollywood rendeu-se, porém a Academia trocou-lhe as voltas, quanto à consagração dos Oscars: distinguidos foram Stewart e um outro, o argumentista Donald Ogden Stewart.
Um pouco como acontece na história, pelo menos até às consequências. Hepburn é uma jovem e bela divorciada da melhor sociedade de Filadélfia, que prepara mais um casamento. Para atrapalhar, o ex-marido Grant, sedutor e ainda apaixonado, aparece como convidado e faz-se acompanhar por Stewart, repórter de uma revista de sensação, pouco amistoso em relação à gente da alta. As peripécias subsequentes levam o noivo a suspeitar, fazendo chantagem sobre os sentimentos e ambições de Hepburn. Resoluta, ela larga-o, mas acaba por desfazer as expectativas do rendido Stewart, optando por um novo enlace com Grant… Entre disfarces e cenários, Cukor celebra a primazia da representação e o privilégio das vedetas, transfiguradas sob o artifício das cintilações. Pelo meio, desfazem-se preconceitos, desvendam-se ousadias - sempre com elegância e ironia, quanto à subversão de um destino convencional.

MEMÓRiA

1854-01JUL1929 - Wenceslau José de Sousa de Moraes, aliás Wenceslao de Moraes: Escritor português, oficial da Marinha - «Nos filhos d’homens macaenses casados com mulheres japonêsas, é que muitas vêzes se nota o phenonemo do idíoma portuguez, circunstancia que vem corroborar a enorme importancia, sobejamente conhecida, da influencia materna na educação da família… Afastados por longos annos da Patria, sem nunca haverem visitado, (com excepção de uns dois) o nosso Portugal europeu, vivem em geral pouco interessados com o que vae pela metropole; mas guardando, latente, um louvável orgulho nacional, pronpto a manifestar-se quando a circustancias o reclamem. Na resente passagem pelo porto de Kobe, do nosso cruzadôr S. Gabriel, o enthusiasmo dos macaenses, foi sincero e caloroso… Se um dia os portugueses da Metropole pensarem em estreitar intimamente os seus laços de commercio com a China e com o Japão, encontrarão na colónia macaense um auxilio poderoso.» (Relatório - 13JAN1912).  
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02JUL1869-1941 - Hjalmar Emil Fredrik Söderberg, aliás Hjalmar Söderberg: Escritor e jornalista sueco, autor de O Doutor Glas (1905) - «Existem coisas em que se tem de ser especialista, para não as compreender… Eu acredito no prazer da carne e na irremediável solidão da alma». IMAG.423-509

1905-02JUL1969 - Mikio Naruse: Cineasta nipónico - «Desde tenra idade, considerei que o mundo em que vivemos nos trai; essa sensação continua sempre presente em mim». IMAG.235-527

05JUL1889-1963 - Jean Maurice Eugène Clément Cocteau, aliás Jean Cocteau: Poeta e ficcionista francês, dramaturgo, cineasta e artista plástico - «A arte existe no instante em que o artista se afasta da natureza… O estilo é uma maneira muito simples de dizer coisas complicadas».  
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05JUL1899-1974 - Marcel-Augustin Ferréol, aliás Marcel Achard: Comediógrafo e argumentista francês - «A mulher raras vezes entende que, amá-la eternamente, não significa amá-la sem interrupção durante tanto tempo». IMAG.481

1898-05JUL1969 - Thomas Leo McCarey, aliás Leo McCarey: Cineasta americano, produtor, realizador e argumentista - «Fico satisfeito quando provoco uma gargalhada. Gosto de fazer as pessoas rirem até às lágrimas. Adoro histórias em que se conte algo. Agrada-me que as pessoas se sintam mais felizes quando saem, do que quando entraram na sala de espectáculos».  
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1893-06JUL1959 - Georg Ehrenfried Groß, aliás George Grosz: Pintor e ilustrador alemão - «O culto da individualidade e da personalidade, que alguns pintores e poetas assumem, apenas para se promoverem, não passa de uma táctica comercial. Quanto maior é o génio da pessoa em causa, maior é o seu preço de mercado». IMAG.362-428

1922-06JUL2009 - Alfons Figueras i Fontanals, aliás Alfons Figueras, aliás Alfonso: Argumentista e ilustrador espanhol de banda desenhada, criador de Aspirino y Colodión - «O público gosta de rir e, em geral, não tem consciência do terror que pende sobre a sua cabeça». IMAG.260-390

07JUL1899-1983 - George Dewey Cukor, aliás George Cukor: Cineasta americano - «Ninguém será capaz de atingir qualquer espécie de sucesso, se, ao mesmo tempo, não estiver preparado para aceitar um malogro».  
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RELATÓRiO

O Doutor Glas
Hjalmar Söderberg é um nome que provavelmente não dirá nada a ninguém. E no entanto a obra-prima deste autor sueco já tem mais de um século, foi publicada em 1905.
O Doutor Glas é um romance narrado na primeira pessoa. É o diário de um médico solitário de trinta e poucos anos. Um homem que não se relaciona facilmente com as mulheres. Até que um dia lhe aparece no consultório Helga, a senhora Gregorius, jovem esposa de um pastor protestante.
Helga não está doente, está desesperada. «Não sei como exprimir-me. Aquilo que pensava pedir-lhe é muito fora do comum. E talvez não se adeque à sua ideia de justiça. Não sei o que pensa deste género de coisas. Mas há em si qualquer coisa que me inspira confiança, e não conheço ninguém mais que possa ajudar-me e a quem eu possa falar do assunto. O que lhe pergunto é se não poderia falar com o meu marido, doutor. Se não poderia dizer-lhe que tenho uma doença, uma infeção no útero, e que ele terá, por isso, de se abster dos seus direitos, pelo menos por algum tempo».
O Doutor Glas vai achar o pedido justo mas o pastor Gregorius, um homem que o médico despreza, há-de continuar a reclamar os seus direitos.
O crescente envolvimento do Doutor Glas com a senhora Gregorius vai fazer surgir dilemas morais, como o de saber se é legítimo livrar a bela Helga do seu desprezível marido.
O romance escandalizou a Suécia do início do século XX, tratando abertamente as questões do sexo, do aborto e do direito de decidir sobre a vida e a morte de alguém. Um romance que continua perturbante mais de um século de ter sido escrito.

VISTORiA

Fixa-se a nossa atenção nas paredes revestidas de trabalhoso mosaico, nas incrustações de madrepérola dos portaes, nas allegorias do culto, no portentoso Budha, feito de uma só esmeralda de três palmos de altura, de valor inestimável. Ergue-se mais além o palácio real, n’uma elegantíssima fachada, cujo único senão está no mau gosto da sua arquictetura europea, sob um telhado, rendilhado em mil corujas, de pura feição indígena. Profusão de flores e de arbustos viçosos. Grande elephantes doirados, em pedestaes de mármore.
Wenceslao de Moraes
- Em Bangkok - Traços do Extremo Oriente

GALERiA


José Manuel Soares – Zeca
(in Mundo de Aventuras - 392 a 403)

quinta-feira, abril 26, 2018

Imaginário-Médio: newsletters de Janeiro 2015

Cai o pano nesta recuperação de newsletters antigos, previamente inéditos na internet, que é a iniciativa Imaginário-Médio, disponibilizando estas publicações online para acesso público, que temos vindo a agrupar sob a categoria Destaques. Este último lote, alusivo ao mês virtual de Janeiro de 2015, engloba as newsletters #497, #498 e #499, e ainda a divulgação alusiva à edição do livro O Infante Portugal e As Tramóias Capitais (2007), a qual é também, em essência, o primeiro Imaginário-Extra.


Ainda, conclusivamente, foi carregado no blogue um comunicado por José de Matos-Cruz.


domingo, abril 22, 2018

IMAGINÁRiO #712

José de Matos-Cruz | 24 Junho 2019 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

TRANSGRESSÕES
Uma das virtualidades mais fascinantes, no tradicional imaginário fantástico, diz respeito ao robô - criatura metálica, concebida à imagem do homem, primordialmente para o servir, com fins pacíficos ou agressores. Essa expectativa, herdada do Século XIX, transformar-se-ia em ameaça, durante a Idade de Ouro, numa alusão ao lendário Frankenstein de Mary Shelley. Virando-se contra o inventor, motivado por desígnios totalitaristas, intruso alienígena ou adquirindo instintos sexuais, o robô assumiu pois uma consciência, sendo fisicamente invulnerável. Em 1950, e por vinte anos, Isaac Asimov celebrou a Era Clássica, com as Leis do Comportamento Robótico - a programar no cérebro de cada um, e assegurando a sua submissão ao homem. Aceites pela generalidade dos autores, mesmo quando exploram uma eventual transgressão, tais normas culminariam as potencialidades romanescas da moderna ficção científica, expandindo-se finalmente ao grande ecrã, com O Homem Bicentenário (1999) de Chris Columbus. Em causa está, precisamente, uma novela de Asimov & Robert Silverberg, The Positronic Man, adaptada por Nicholas Kazan. A acção decorre na primeira década deste novo milénio, referenciada pelos dois primeiros preceitos do código de Asimov: 1 - «Um robô não pode ferir um ser humano ou, através da sua inacção, causar-lhe qualquer mal»; 2 - «Um robô deve obedecer a todas as ordens humanas, excepto quando estas forem contra a primeira regra». Eis o dilema em que Andrew se debaterá…IMAG.5-365

CALENDÁRiO

07DEZ2017-26FEV2018 - Em Lisboa, Museu Calouste Gulbenkian expõe Olho Zoomórfico / Camera Trap de Mariana Silva, sendo curadora Leonor Nazaré.

12JAN-24FEV2018 - Em Lisboa, Galeria Pedro Cera apresenta Natural Yogurt Paintings - exposição de pintura de Frank Nitsche (Alemanha).

18JAN-24FEV2018 - Em Lisboa, Galeria Cristina Guerra apresenta Reel Time - exposição de vídeo, filme e performance de Julião Sarmento. IMAG.33-341-427-437-524-554-625-631-646

19JAN-10MAR2018 - Em Lisboa, Galeria 3 + 1 apresenta Atrás do Pensamento - exposição de pintura de Tiago Baptista.

19JAN-17MAR2018 - Em Lisboa, Galeria Jeanne Bucher Jaeger apresenta Les Naïfs - exposição de pintura de André Bauchant (1873-1958) e Louis-Auguste Déchelette (1894-1964).

1920-22JAN2018 - Maria Germana Dias da Silva Moreira Tânger Corrêa, aliás Maria Germana Tânger: Declamadora portuguesa, poetisa, actriz, encenadora e professora - «Foram 40 anos muito vividos, muito sofridos, muita divulgação dos poetas por esse mundo fora, muito Fernando Pessoa!» (1999).

1914-23JAN2018 - Nicanor Segundo Parra Sandoval, aliás Nicanor Parra: Poeta e matemático chileno, distinguido com o Prémio Cervantes (2011) - «Durante meio século, / a poesia foi / o paraíso do tonto solene, / até que cheguei eu / e instalei-me com a minha montanha russa.».

24JAN-21ABR2018 - Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa expõe Compêndio de Observações Fotográficas - Luz e Cegueira de Valter Ventura.

26JAN-31MAR2018 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I expõe Fundação Bienal de Arte de Cerveira: Uma Antologia, sendo curadora Luísa Soares de Oliveira.

PARLATÓRiO

Uma palavra resume e define a rota medieval: o perigo. Por toda a parte, no seu percurso, riscos, a incerteza do amanhã. Perigo dos homens, perigo da natureza, rigores do clima, privação. Perigos previstos, imaginados, temidos, mas aceitos; nos primeiros tempos misteriosos, desconhecidos, depois, quando se está mais bem informado pelos que retornaram, perigos avaliados, medidos, analisados, menos temidos porque se sabe mais como preservar-se. Iguais de resto dos dois lados, no Extremo-Oriente e no Ocidente, mais agudos somente no no man’s land que os separa.
Jean-Paul Roux

MEMÓRiA

21JUN1839-1908 - Joaquim Maria Machado de Assis: Escritor brasileiro - «A vida é uma ópera e uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestração é excelente…» (Dom Casmurro - 1899). IMAG.196-229-231-253-337-676

25JUN1109-1185 - Afonso I, aliás D. Afonso Henriques: Fundador do Reino de Portugal - «…um poder mais alto se alevanta...» (Luís de Camões - Os Lusíadas).
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1958-25JUN2009 - Michael Joseph Jackson, aliás Michael Jackson: Cantor, compositor e dançarino americano - «Tinha tudo: talento, graça, profissionalismo e dedicação… Perdi o meu irmãozinho; parte da minha alma morreu com ele» (Quincy Jones). IMAG.204-256-411-548-672

1665-27JUN1729 - Elisabeth-Claude Jacquet de la Guerre, aliás Elisabeth Jacquet de la Guerre: Compositora e executante musical francesa - «Para a posteridade, fica a fama e parte de uma obra que representa um momento perfeitamente pivotante na produção musical do seu tempo: o da réunion des gouts entre os estilos francês e italiano, em que se distinguiu e de que são exemplo precoce as suas galantes sonatas e suites para violino e cravo» (João Santos). IMAG.631

1925-29JUN2009 - Jean-Paul Roux: Historiador francês, investigador da mitologia dos povos turco e mongol, especialista em história comparada das religiões - «Antes de virem para a terra, as almas dos humanos residem no céu, onde estão pousadas nos cimos celestes da árvore cósmica, sob a forma de pequeninos pássaros». IMAG.258-497

30JUN1939-2014 - José Emilio Pacheco: Ficcionista e poeta mexicano, autor de Irás y No Volverás (1973), distinguido com o Prémio Cervantes (2009) - «Mi único tema es lo que ya no está / Y mi obsesión se llama lo perdido / Mi punzante estribillo es nunca más / Y sin embargo amo este cambio perpetuo / este variar segundo tras segundo / porque sin él lo que llamamos vida / sería de piedra.» (Contraelegía). IMAG.498

VISTORiA

Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
Machado de Assis
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)

BREVIÁRiO

Orfeu Negro edita Desenhos Efémeros de António Jorge Gonçalves.
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Cinemateca Portuguesa edita em DVD, Lisboa, Crónica Anedótica (1930) de Leitão de Barros (1896-1967).
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E-Primatur edita A Vida e o Sonho de Raul Brandão (1867-1930).
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Dom Quixote edita Portugal de Miguel Torga (1907-1995).  
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Dom Quixote edita Terra de Neve de Yasunari Kawabata (1899-1972); tradução de Armando da Silva Carvalho.
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COMENTÁRiO

LISBOA, CRÓNICA ANEDÓTICA

Em 1930, Leitão de Barros revelou Lisboa, Crónica Anedótica - consagrando-se a tendência para converter a capital em inspiração privilegiada, aqui figura única e típica. Sob o lema Como Se Nasce… Vive… Morre Em Lisboa…, a Crónica é constituída por diversos episódios de variável duração, correspondendo às diferentes facetas da grande urbe, documentais ou de ficção ligeira - humorísticos, pitorescos, históricos, de testemunho. Com produção de Salm Levy Jr, e António Lopes Ribeiro como assistente, Feliciano Santos escreveu os intertítulos. Artur Costa de Macedo operou a fotografia, com Manuel Luís Vieira, César de Sá, e Paul Martillièri nas imagens ao retardador - as primeiras sobre motivos nacionais. A estreia decorreu no São Luiz e no Tivoli, a 1 de Abril de 1930, com distribuição da Companhia Cinematográfica de Portugal. Aliciante, o desempenho de actores maiores do elenco teatral (Adelina Abranches, Chaby Pinheiro, Alves da Cunha, Estevão Amarante, Nascimento Fernandes, Teresa Gomes) ou que vieram a afirmar-se (Rosa Maria, Oliveira Martins, Vasco Santana, Maria Lalande, Augusto Costa/Costinha, Beatriz Costa) encarnando, com persuasão e naturalidade, gente característica ou popular.

quinta-feira, abril 19, 2018

Imaginário-Médio: newsletters de Dezembro 2014

A iniciativa do Imaginário-Médio de recuperar as newsletters inéditas online, aproxima-se do fim. Com apenas um punhado de publicações por carregar, esta semana partilhamos as newsletters #493, #494, #495 e #496, disponíveis nos respectivos links.

segunda-feira, abril 16, 2018

IMAGINÁRiO-Extra: SUSANA RESENDE - Curso de BD no Montijo

Com início a 8 de Maio, a Câmara Municipal do Montijo promove o primeiro Curso de Banda Desenhada do município, na Quinta do Pátio d'Água. A acção formativa – Iniciação à Arte Sequencial – será coordenada pela autora Susana Resende, tendo a duração de 40 horas, distribuídas por duas aulas semanais de 3 horas, à 3ª-feira e à 5ª-feira, em horário pós-laboral. Dirigida ao público acima dos 15 anos, o curso tem limite mínimo de 5 alunos e máximo de 14, sendo a inscrição e a frequência gratuitas.
A formação incide em novos conhecimentos para abordagem à linguagem sequencial, em técnicas básicas de produção gráfica e em bases para criatividade no desenho, visando fomentar nos alunos a autodisciplina operacional na realização de narrativas visuais, e incutir aptidões para encetar e desenvolver projectos, com ênfase em estilo pessoal e na originalidade.

Complementar ao curso, haverá um módulo final para desenvolvimento de obras curtas em BD, que serão expostas em mostra colectiva e publicadas em álbum antológico pela chancela da C.M.M., pretendendo-se assim divulgar os trabalhos realizados no curso e proporcionar aos alunos uma plataforma para projecção na comunidade de banda desenhada portuguesa.

Casa da Quinta do Pátio d'Àgua (Montijo)
A informação sobre o curso encontra-se disponível em Mun-Montijo.pt. As inscrições cessam a 4 de Maio; os interessados devem contactar cursobd@mun-montijo.pt, indicando o Nome, Idade, Morada e Telefone.

Sobre a formadora: Susana Resende é licenciada em Pintura pela FBAUL e Desenho pela SNBA, e obteve o Certificado de Competências Pedagógicas na EPM. Trabalha em ilustração editorial e editou BDs no sector nacional, na antologia Zona Nippon 2 (pela qual foi nomeada para Melhor Obra Curta, no XII Troféus Central Comics), nas revistas Gerador #6 e CAIS #212 (com texto de André Oliveira) e no comic-book O Infante Portugal em Universos Reunidos (com texto de José de Matos-Cruz), entre outras participações em edições e em eventos. Na área da formação sobre artes sequenciais, realizou a masterclass Verve Digital – Iniciação a BD em Arte Digital (S. Domingos Rana) e o 2º módulo do II Curso de BD no Museu Bordalo Pinheiro (Lisboa).

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sábado, abril 14, 2018

IMAGINÁRiO #711

José de Matos-Cruz | 16 Junho 2019 | Edição Kafre | Ano XVI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

GERAÇÕES
Tim Drake distinguir-se-ia como Robin - mas não foi ele o primeiro. Tal honra pertence a Dick Grayson, que entretanto se converteu em Nightwing. E as suas aventuras inéditas, como parceiro do misterioso Batman, seriam finalmente reveladas em Robin: Year One (2001), sendo autor quem melhor o conhece - Chuck Dixon. Esta minissérie pelo argumentista de Robin e Nightwing, com Scott Beatty (lembrar Grean Lantern) sob chancela DC Comics, teve como ilustradores Javier Pulido (The Incredible Hulk) e Robert Campanella (Batgirl). Habituado já aos recantos da Batcave, e concluído o treino oficial, o jovem Grayson tem um mundo de experiências a conquistar, como Boy Wonder. Ao mesmo tempo, chegarão os mais terríveis adversários - começando pelo autêntico louco Mad Hatter! Robin enfrentará, também, muitos dos excêntricos malvados e psicopatas, que constituem a já vasta galeria de inimigos do Homem-Morcego. Por outro lado, emergirá a sua enigmática nemésis - cujas sequelas se estenderão até às proezas como Nightwing. Finalmente, Grayson assume uma adolescência normal, ao lado de Bruce Wayne...
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CALENDÁRiO

1939-16JAN2018 - Madalena Lucília Iglésias do Vale de Oliveira Portugal, aliás Madalena Iglésias: Cantora portuguesa, vencedora do Festival RTP da Canção de 1966, com Ele e Ela - «Ao escolher a minha profissão/vocação, procurei cumprir sempre com rigor e muita dignidade» (Meu Nome É Madalena Iglésias - 2008). IMAG.488

18JAN2018 - NOS Audiovisuais estreia Bad Investigate de Luís Ismael; com Eric da Silva e Francisco Menezes. IMAG.13-26-425

18JAN-11MAR2018 - Centro de Exposições de Odivelas / CEO apresenta Caminhos - exposição de pintura de Mariana Homem de Mello.

19JAN-04MAR2018 - No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta Começar P’lo Fim - exposição de desenho Raul Albuquerque.

19JAN-22ABR2018 - No Porto, Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta O Céu É Um Grande Espaço - exposição de pintura / escultura de Marisa Merz (Itália), sendo curadora Connie Butler.

20JAN-25FEV2018 - Em Odivelas, Centro Cultural Malaposta apresenta Cala-te, Mulher! - exposição colectiva de Alice Dinis, Armanda Alves, Clara Ribeiro, Elena Valsecchi, Geny Pitta, Ildebranda Martins e Margarida Marcelino.

23JAN-31MAR2018 - Em Matosinhos, Manifesto apresenta Coming Home - exposição de fotografia de David Guttenfelder (EUA).

VISTORiA

Bom Dia, Cão
Avisto na rua um cão
Digo-lhe: como vais, cão?
Pensa que me responde?
Não? Pois bem, mas ele responde-me
E isso não é da sua conta
Agora quando se vêem pessoas
Que passam sem sequer reparar nos cães
Sentimos vergonha pelos seus pais
E pelos pais dos seus pais
Porque uma tão má educação
É coisa que requer pelo menos… e não estou a ser generoso
Três gerações, como uma sífilis hereditária
Mas, para não vexar ninguém, devo acrescentar
Que um número considerável de cães não fala
Com muita frequência
Boris Vian

MEMÓRiA

1911-16JUN1979 - Raymond Nicholas Kienzle, aliás Nicholas Ray: Cineasta americano - «Às vezes, penso… Se está tudo no guião, para quê realizar um filme?». IMAG.19-52-127-231-333-375

1664-17JUN1729 - Jean Mellier, aliás Jean Meslier: Sacerdote católico e filósofo francês, promotor do ateísmo, tendo desejado - em Memória - ver «todos os Grandes da Terra enforcados e estrangulados com as tripas dos padres». IMAG.470

17JUN1919-2006 - Galina Ivanovna Ustvolskaya, aliás Galina Ustvolskaya: Compositora soviética - «…A repugnância pela ideologia e o desabraçar da utopia não ocultam o facto de que possui uma escrita diversa mas continuamente marcada pelo totalitarismo» (João Santos). IMAG.591

20JUN1819-1880 - Jakob Eberst, aliás Jacques Offenbach: Compositor e violoncelista francês de origem alemã, autor de Orfeu Nos Infernos/Orphée aux Enfers - «Li, algures, que algumas das suas últimas obras o revelam capaz de ser mais ambicioso. Aprecio muito o que ele fez, e espero gostar mais do que ele vier a compor» (The Only Jones - Judy, 1880).

1920-23JUN1959 - Boris Paul Vian, aliás Boris Vian: Ficcionista, poeta, actor e cantor francês - «Deixar a literatura nas mãos de imbecis, é como deixar a ciência nas mãos de militares». IMAG.231-286-289-310-342-408-524

COMENTÁRiO

Jean Meslier
Quando o assunto é Iluminismo francês, em especial o pensamento político do período, os nossos manuais e cursos acadêmicos de filosofia dão destaque apenas a pensadores da estirpe de Montesquieu e Rousseau, menosprezando outros com base em argumentos pouco persuasivos. É o caso, por exemplo, de Jean Meslier (1664-1729), um vigário de aldeia que escreveu, por volta de 1720, uma obra radical, na qual preconiza a união dos oprimidos em torno do estrangulamento do último rei com as tripas do último padre. Enquanto os vultos do Iluminismo, a maior parte de procedência nobre ou burguesa, advogavam o deísmo, a propriedade privada e o despotismo esclarecido como elementos de uma verdadeira civilização, Meslier, muito antes deles, sustentava o deicídio, o tiranicídio e o comunismo como as bases de um novo mundo, singularidade que lhe garante, a nosso ver, um lugar de importância e destaque na filosofia política das Luzes.
Paulo Jonas de Lima Piva - Ateísmo e Comunismo: o Lugar de Jean Meslier Na Filosofia Política das Luzes

ANUÁRiO

1469-1524 - Vasco da Gama: Navegador português, descobriu o Caminho Marítimo para a Índia, tendo chegado a Calecute em 20MAI1498; ao dobrar o Cabo da Boa Esperança, em 18NOV1497: «Pois não cedo, não cedo. Não sou quem fui, não quero sê-lo novamente, filho segundo, homem segundo… Antes morrer do que ceder. Não temo as trevas. Antes a morte do que vida amortecida». 
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BREVIÁRiO

Opera Omnia edita Raul Brandão [1867-1930] Íntimo de Vitorino Nemésio (1901-1978).
IMAG.48-161-167-255-293-301-307-342-350-351-384-394-400-411-431-495-530-582-602-641-642-668-671-694-700

Relógio D’Água edita A Balada do Café Triste de Carson McCullers (1917-1967); tradução de José Guardado Moreira. IMAG.317-392-628

Assírio & Alvim edita Três Histórias Desenhadas de José de Almada Negreiros (1893-1970); coordenação de Sara Afonso Ferreira e Mariana Pinto dos Santos.
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Warner edita em CD, Magnificat | De Profundis de António Pinho Vargas, com Coro Gulbenkian e Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção de Cesário Costa e Paulo Lourenço. IMAG.424-615

Assírio & Alvim edita Manual de Prestidigitação de Mário Cesariny (1923-2006).
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EXTRAORDINÁRiO

OS ALTERNATIVOS - Folhetim Aperiódico

IRONIA E RECONSTITUIÇÃO DA CAVEIRA HIPOCONDRÍACA - 1

27 de Junho de 1939
Arthur Lopes de Barros destrançou a perna, ergueu-se na cadeira de realizador e passou a palma das mãos suadas pelo fato-macaco de cor azul anil. Do seu metro e setenta olhou a variegada fauna de artistas e técnicos, pôs os óculos graduados e adoptou a sua favorita posição de cócoras.
Continua