Inaugura hoje, dia 27
Nov., às 21h30, no Fórum Luís de Camões (Brandoa), o 28º
Amadora BD (Festival Internacional de Banda Desenhada da
Amadora), com o tema “Reportagem,” sendo o cartaz oficial deste
ano assinado pelo autor Nuno Saraiva. Toda a informação alusiva ao
festival, desde mostras, autores e editores presentes,
apresentações e lançamentos agendados, está disponível no
website do evento – veja AQUI.
Os artistas envolvidos - Daniel Maia, Daniel Henriques, José Garcês, José Ruy e Susana Resende (O Infante Portugal), e Daniel Maia, Renato Abreu, Susana Resende e Teotónio Agostinho (Aurora Boreal) - juntam-se ao autor José de Matos-Cruz, e à editora Fernanda Frazão (Apenas Livros), pelo que vos convidamos a participar. As novidades editoriais d'O Infante Portugal e
Aurora Boreal, bem como outros títulos, estão
à venda no stand da editora Arte de Autor, que também
comercializa as canecas coleccionáveis destes heróis.
José
de Matos-Cruz | 08 Dezembro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
ESPIONAGEM
A
saga de James Bond nasceu em 1952, imaginada por Ian Fleming
(1908-1964) - que foi chefe da secção internacional do Sunday
Times,
até que decidiu criar «a mais fantástica aventura de espionagem»
- cuja emulação corresponderia a uma fase crítica no equilíbrio
entre as super-potências, designada por guerra
fria. Chegando ao cinema em 1962, cedo o agente com a impunidade inerente à
sua licença
para matar,
sob a sigla 007, se constituiu em mística de um território
autónomo, no domínio em sagração, avassalado por múltiplos
climas e conflitos políticos, ao longo de várias décadas. Aliás,
James Bond é, porventura, a figura heróica de raiz literária que
maior expressão atingiu em grande ecrã, onde o seu vigor
aventuresco e envergadura mítica se repercutiram. Ensaístas e
sociólogos têm-se debruçado sobre este fenómeno de popularidade.
Em Bond, há estigmas que suplantam a concepção tradicional do
paladino (lutar pela lei e por amor à justiça), na sua eterna
ambição de salvaguarda do bem: o jogo alarga-se num âmbito onde o
recurso à violência está, pois, legalizado e, por outro lado, os
polos em disputa surgem cinicamente mais evidentes.
12JUL-04SET2017
- Em Lisboa, Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia / MAAT
apresenta Branco e Azul |
Lisboa - exposição de
cerâmica,
desenho e pintura de Bai
Ming (China), sendo curadores Fan
Di’an, Rosa Goy e Margarida Almeida Chantre.
13JUL-14SET2017
- Em Lisboa, Galeria das Salgadeiras apresenta Internato
- exposição de fotografia de Antoine Pimentel.
14JUL-23SET2017
- Em Lisboa, Galeria Zé dos Bois expõe, no âmbito da Capital
Ibero-Americana de Cultura, Cartazes
Cubanos da OSPAAAL
[Organização de Solidariedade Para Com os Povos de África, Ásia e
América Latina] 1960-1980,
sendo curador Natxo Checa. IMAG.595
20JUL-22OUT2017
- Em Lisboa, Museu do Oriente expõe Laços
| Mais do Que Viajar -
retrospectiva fotográfica de Nuno Lobito.
22JUL-01OUT2017
- Em Idanha-a-Velha, Igreja de Santa Maria/Sé Catedral apresenta
Quatro à Sé
- exposição de fotografia de Edgar Massul, Jorge Feijão, Luís
Nobre e Samuel Rama, sendo comissário Valter Vinagre.
IMAG.248-306-414-538-580-584-614-640-671-681
31JUL-08SET2017
- Em Lisboa, Casa da Imprensa apresenta, com Estação-Imagem e
Câmara Municipal de Viana do Castelo, Lugares
de Silêncio - exposição de
fotografia de Bruno Simões Castanheira, distinguido com o Prémio
Estação-Imagem 2016 Viana do Castelo.
ANTIQUÁRiO
14DEZ1918
- Pouco antes da meia-noite, o Presidente da República, Sidónio
Pais é assassinado na Estação do Rossio, em Lisboa, com dois tiros
de pistola por José Júlio da Costa, ao preparar-se para apanhar o
comboio para o Porto. Referiu Egas Moniz, após a sua morte: «Homem
cheio de virtudes e extraordinárias qualidades, que um desvairo
messiânico perdeu».
PARLATÓRiO
Justiça
é consciência - não uma consciência pessoal, mas a consciência
de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas
próprias consciências, normalmente reconhecem também a voz da
justiça.
Hoje
em dia, não pensamos muito no amor de um homem por um animal; rimos
de pessoas que são apegadas a gatos. Mas, se deixarmos de amar os
animais, não estaremos na iminência de deixarmos, também, de amar
os humanos?
Alexander
Soljenitsine
PLENÁRiO
Senhores
Deputados e Senadores:
Eleito
e proclamado o Presidente da República e constituído o Congresso,
entra o país em plena normalidade constitucional.
A
Constituição Política da República Portuguesa, com as alterações
decretadas durante a ditadura revolucionária, regula até que o
Congresso faça a sua revisão, as funções dos três poderes do
Estado: legislativo, executivo e judicial, independentes e harmónicos
entre si.
Chefe
da Revolução de 5 de Dezembro, sinto vivo prazer em ter podido
conduzir o país com a colaboração de todos os que tomaram parte no
movimento revolucionário e o apoiaram após oito meses de
dificuldades inúmeras e de áspera luta de todos os dias contra a
demagogia, tendo sempre assegurado a ordem e o respeito pelas
liberdades públicas e pelos direitos individuais, a uma situação
perfeitamente normalizada, em que a soberania nacional se exerce por
intermédio dos seus legítimos órgãos.
Foi
para o povo que se fez a revolução de 5 de Dezembro, segundo as
nobres aspirações dos que a levaram a efeito.
Foi
com os olhos sempre fitos no povo que governei durante o período
ditatorial.
É
para o povo que desejo de todo o coração que se continue a governar
de hora avante.
É
tão grosseiro o erro que se comete supondo a Revolução de 5 de
Dezembro reacionária, como supondo-a demagógica.
Nunca
uma verdadeira revolução, e foi-o aquela, que o povo português na
sua quase unanimidade consagrou, pode deixar de ser guiada por uma
ideia de progresso.
Pela
parte que me toca, só quem desconhece o meu passado e ignora a
persistência do meu carácter, pode apodar-me de reaccionário. Tão
pouco poderia associar-me a uma obra improgressiva.
Fui
sempre e sou republicano; por isso procurei manter e consolidar a
República.
Atravessava-se,
na época em que começou a organização revolucionária, um período
crítico em que os desmandos e a corrupção do poder perturbavam as
consciências.
Em
cada peito se gerava um fundo ressentimento de revolta. Era mister
canalizar essas forças desorientadas, para evitar a anarquia
evidente. Ou se fazia a coordenação dessas energias dispersas, ou
viria o caos. Não só a pátria estava em perigo. Se elementos
republicanos não encarnassem em si as aspirações do país, a
revolução poderia vir a apresentar a forma duma restauração
monárquica. Era mister actuar rapidamente.
Sidónio
Pais
-
Mensagem ao Parlamento - 22JUN1918 - Abertura do Congresso da
República (excerto)
MEMÓRiA
11DEZ1908-2012
- Elliott Cook Carter Jr, aliás Elliott Carter: Compositor americano
- «Começo a pensar na minha música, caminhando pelas ruas. Cada
composição é uma nova aventura, mas também uma crise na minha
vida… Não consigo conformar-me com a ideia de fazer algo a que
ontem já me dediquei». IMAG.433
11DEZ1908-2015
- Manoel Cândido Pinto de Oliveira, aliás Manoel de Oliveira:
Cineasta português - «Na minha cabeça há um turbilhão de ideias,
de projectos. Mesmo que me proporcionem facilidades, a minha vida não
será suficiente para concretizar tudo isso».
11DEZ1918-03AGO2008
- Aleksandr Issaiévich Soljenítsin, aliás Alexander Soljenitsine:
Escritor e dissidente russo, Prémio Nobel da Literatura em 1970 -
«Ao longo dos anos, até 1961, eu não estava sequer convencido de
que uma simples linha por mim escrita alguma vez fosse publicada,
durante a minha vida… Mas, por outro lado, também raramente ousava
permitir que mesmo os meus mais íntimos lessem o que eu havia
escrito, por receio de que esse mero facto se tornasse conhecido».
IMAG.147-209-474-535-638
11DEZ1928-1996
- Tomás Gutiérrez Alea: Cineasta cubano - «O cinema proporciona um
elemento activo e de mobilização, que estimula a participação no
processo revolucionário. Então, não basta ter um cinema
moralizante, baseado na arenga e na exortação. Precisamos de um
cinema que promova e desenvolva uma atitude crítica. Mas, como
criticar e, ao mesmo tempo, consolidar a realidade na qual nos
submergem?». IMAG.249-558
1923-11DEZ2008
- Bettie Mae Page, aliás Bettie Page: Pin-up
americana, ícone e modelo
fotográfico - «O sexo faz parte do amor. Por isso, convém não
andar por aí a desfrutar, caso não estejamos apaixonados».
IMAG.6-193-229-415
1714-14DEZ1788
- Carl Philipp Emanuel Bach: Compositor alemão de inspiração
clássica e erudita, filho de Johann Sebastian Bach - «Como um
músico criativo, permaneceu muito longe de seu pai» (Robert
Schumann). IMAG.306-458-552
1872-14DEZ1918
- Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, aliás Sidónio Pais:
Oficial português de Artilharia, professor universitário, quarto
Presidente da República - «A
chama que ardia nos corações dos revolucionários elevava-se até
aos Céus, numa inspiração de Justiça, de Verdade e de Beleza, que
os inspirava, vaga talvez na forma da realidade, mas firme e definida
na intenção mais pura de salvar a Pátria e de buscar a felicidade
do Povo» (1918). IMAG.
62-206-237-369-409
14DEZ1918-2014
- Bellur Krishnamachar Sundararaja Iyengar, aliás BKS Iyengar: Guru
indiano, mestre de yoga,
divulgador pioneiro no Ocidente, autor de Light
On Yoga (1966), mentor do
escritor Aldous Huxley - «Quando me alongo, faço-o de tal forma que
a minha mente também se projecta, e abre-se então uma porta da
consciência». IMAG.530
BREVIÁRiO
Abysmo
edita Poesia 1 de
Antero de Quental (1842-1891); prólogo e edição crítica de Luiz
Fagundes Duarte.IMAG.59-147-338-367-371-577-585-639-666
Teorema
edita A Especulação
Imobiliária de Italo Calvino
(1923-1985); tradução de José Colaço Barreiros.
IMAG.51-439-482-531-631-676
Com 35 antigas newsletters já recuperadas em dois meses de actividade, o Imaginário-Médio, dedicado a disponibilizar online os destaques e memórias divulgadas apenas via subscrição digital, após o descontinuamento do página web original e o surgimento deste blog oficial, partilha hoje o #389, #390, #391 e #392, alusivos à data virtual de Outubro de 2012.
Concebido e recriado
por José de Matos-Cruz em narrativa ilustrada, o Infante
Portugal é um emblemático herói, agora adaptado à banda
desenhada nesta obra autónoma e conclusiva, cuja publicação
assinala o 10º aniversário da revelação original da personagem.
O Infante Portugal
em Universos Reunidos visa introduzir os novos leitores à
origem dos paladinos de um universo lusitano mágico e iniciático,
e, ainda, ligar a saga do herói primordial, publicada por Apenas
Livros (2010-2012), à recente sequela sobre Aurora Boreal,
apresentada em Maio de 2017, no XIII FIBDB.
Evocando momentos
decisivos de uma história nacional, fantástica, desde eras
imemoriais até à actualidade virtual, seguimos as proezas
permutáveis d’O Infante Portugal e do Condestável
Lusitano em momentos de crise ou euforia, tal como foram
registados pelo Livro Livre, um artefacto místico, até à chegada
da misteriosa Aurora Boreal.
Escrito por José
de Matos-Cruz e desenhado por Daniel Maia, sendo
artistas convidados Susana Resende e Daniel
Henriques, e com uma participação especial dos mestres José
Garcês e José Ruy, que primeiro os
delinearam, O Infante Portugal em Universos Reunidos é
uma edição independente e de tiragem limitada, incluindo conteúdos
adicionais sobre o conceito ficcional e as incidências anteriores,
além de uma caracterização das personagens fundamentais.
Apresentada no XIII
FIBDB, a revista será lançada no 28º AmadoraBD,
com a presença dos autores.
O
Infante Portugal em Universos Reunidos [Kafre/Arga
Warga] Author/Autor:
José de Matos-Cruz Artist/Desenhador:
Daniel Maia Guest
Artist/Desenhadora Convidada: Susana Resende Guest
Inker/Arte-Finalista Convidado: Daniel Henrique Guest
Cameo/Participação Especial – José Garcês & José Ruy 1st
Edition/1a Edição: Outubro 2017 Depósito
Legal: 432770/17 Comics/BD
| 28p | 5,00€/$
Após
a estreia da heroína e a introdução ao seu universo criativo num
título especial de lançamento, Aurora Boreal e O Instinto Supremo,
com apresentação no XIII FIBDB, a Apenas
Livros edita e
distribui, no final de Outubro, o primeiro livro de cordel do ciclo
inaugural sobre esta enigmática personagem, intitulado O
Princípio Infinito.
Escrito
por José de
Matos-Cruz, em
sequela da trilogia O
Infante Portugal
(Apenas Livros, 2007-2010), e tendo Aurora
Boreal como
protagonista, culmina assim um desafio criativo invulgar, pois não
se trata de narrativa
ilustrada, mas de
literatura imaginada;
em suma, os artistas, de percursos criativos variados e tendências
autorais diversas, foram desafiados a conceber mundos originais e um
conjunto de imagens alusivas, nas quais o autor depois se inspirou
para tecer as peripécias.
Aurora
Boreal e O Princípio Infinito: Primeiro Universo – O Bestiário
Humano é o
primeiro de quatro livros de cordel que completam o ciclo inicial, a
que se seguirão outros dois ciclos, e tem a intervenção dos
ilustradores Susana Resende (criadora do
visão original da protagonista e ilustradora da capa do primeiro
ciclo), Teotónio Agostinho (ilustrador
da capa do primeiro universo), Renato Abreu e Daniel Maia. A
edição é complementada por galeria de imagens alternativas e pela
banda desenhada curta Aurora
Boreal e a Primeira Mutação,
com argumento de José de Matos-Cruz e ilustração de Renato Abreu.
Aurora
Boreal Surgiu
na saga d’O Infante
Portugal, nascida de
uma relação efémera entre
a soviética Oktobraia e o cósmico Malsão. Irradiando além das
luzes e
das trevas, a sua aparência torna-se Presente, ao romper os ciclos
da infância e
da realidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação…
O
Bestiário Humano Houve,
em tempos, um deus incerto, minucioso, que decidiu esmiuçar a
cartografia da humanidade. Sem dúvida, não fora ele a concebê-la, e
muito menos a criá-la. Porém, sentia-se intrigado com tanta
quantidade de
espécies e aspectos, com tamanha qualidade de ousadias e vacilações.
Aurora
Boreal e O Princípio Infinito Primeiro
Universo: O Bestiário Humano (Apenas
Livros) Autor/Author:
José de Matos-Cruz Ilustração/Illustrations:
Teotónio Agostinho, Renato
Abreu, Daniel Maia e Susana Resende BD:
José de Matos-Cruz (texto) e Renato Abreu (desenho) 1ª
Edição: Outubro 2017 Prosa
Ilustrada | 36p/PB | PVP: 3,90€
Para
mais informação, visitar o Facebook da
editora Apenas Livros.
José
de Matos-Cruz | 01 Dezembro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
CREPÚSCULOS
Em
1998, um dos mais prestigiados artistas europeus da banda desenhada,
Enki Bilal sondou O
Sono do Monstro
- iniciando a tetralogia Monstro,
culminante em 2007, sobre a terra onde nasceu, Jugoslávia.
Testemunho impressionante de uma memória colectiva, latente e
solitária - que Enki dedicou «a meu pai, filho de Ljubuški» -
através das imagens fragmentárias, devastadas sobre a realidade
nacional algures perdida e presente, entre o sortilégio do passado e
os dilemas do futuro. História e fantástico, símbolos e ideais,
armadilhas e perversões reflectiriam, em sua conexão temporal, a
própria corrupção ou vulnerabilidade do ser humano - cujo
crepúsculo se transcende além do horror e da morte, em momentos
trágicos de um apocalipse bélico. Nostalgia, decepção, vingança,
remorso, fundem-se pela densidade narrativa, a intensidade dos
conflitos - estigmatizados num traço subtil, quanto à expressiva
transparência sobre cenários e paisagens… Argumentista,
ilustrador e colorista, Bilal confirmou, assim, o seu talento
perturbante, inquieto mas emocionante como criador, transcendendo uma
arquitectura onírica, nocturna elegia entre a liberdade e a
opressão, nas virtualidades épico-dramáticas do imaginário.
IMAG.
11-53-60-303-312-401-497
CALENDÁRiO
08JUL-30DEZ2017
- Em Elvas, Museu de Arte Contemporânea expõe Uma
Colecção = Um Museu | 2007-2017 | Obras da Colecção António
Cachola, sendo curador João
Silvério. IMAG.575-610-631-670
14JUL-30SET2017
- Em Lisboa, Fundação Portuguesa das Comunicações apresenta, com
Giefarte, Now and Ever |
Oliveiras - exposição de
fotografia pintada
de Renée Gagnon, sendo curador Manuel Costa Cabral.
1943-27JUL2017
- Samuel Shepard Rogers III, aliás Sam Shepard: Escritor americano,
dramaturgo e argumentista, realizador e actor - «Um dos primeiros,
mais importantes e influentes escritores do movimento Off
Broadway, especializado em
captar os lados mais negros da vida americana em família» (Sopan
Deb - The New York Times).
23JAN1928-31JUL2017
- Jeanne Moreau: Artista francesa, actriz, cantora e cineasta - «Para
mim, a vida é sempre subir, até sermos queimados pelas chamas».
IMAG.40-266
05AGO-05OUT2017
- Em Alvito, Espaço Adães Bermudes apresenta Louva,
Lava, Leva - exposição de
fotografia de Maria-do-Mar Rego e José M. Rodrigues. IMAG.667-682
27SET2017-21JAN2018
- Em Lisboa, Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva expõe
Artes e Letras -
Edições da Galeria Jeanne Bucher Jaeger
(Paris), incluindo livros de
artista alusivos a Max Ernst
(1891-1976) e Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).
Onde
existe uma grande vontade de aprender, haverá necessariamente muita
discussão, muita escrita, muitas opiniões; pois as opiniões dos
homens bons são, apenas, conhecimento em bruto… Acima de todas as
liberdades, dêem-me a de saber, de me expressar, de debater com
autonomia, de acordo com a minha consciência.
John
Milton
Aquilo
Em Que Eu Creio
A
primeira ideia que quis exprimir, a que é mais importante porque
está colocada por cima de tudo, é a existência das verdades da fé
católica. Tenho a sorte de ser católico, nasci crente e aconteceu
que os textos sagrados me impressionaram desde a minha infância. Um
certo número das minhas obras é, pois, destinado a pôr em relevo
as verdades teológicas da fé católica. Este é o primeiro aspecto
da minha obra, o mais nobre, indubitavelmente o mais útil, o mais
válido, porventura o único que não lamentarei à hora da minha
morte.
Mas
sou um ser humano, como todos os seres humanos sou sensível ao amor
humano, que quis exprimir em três das minhas obras com referência
ao maior mito do amor humano, o de Tristão e Isolda.
Finalmente,
admiro a natureza. Penso que a natureza nos ultrapassa de modo
infinito, e sempre lhe pedi que me desse lições; tenho amor aos
pássaros, por isso, de modo especial, interroguei os cantos dos
pássaros, dediquei-me à ornitologia. Há na minha música esta
justaposição da fé católica, do mito de Tristão e Isolda, e a
utilização extremamente desenvolvida dos cantos dos pássaros.
Olivier
Messiaen
-
Entretiens Avec Olivier
Messiaen
(Claude
Samuel – 1967)
SUMÁRiO
Pérignon
A
tradição atribui-lhe a elaboração dos primeiros vinhos espumosos
fermentados em garrafa.
Enoteca
Khantaros
MEMÓRiA
DEZ1638-1715
- Dom Pierre Pérignon: Monge da comunidade da abadia beneditina de
Hautvilliers, perto da cidade francesa de Épernay. Conta a lenda
que, um dia do ano de 1670, o frade se sobressaltou com o estalido de
umas garrafas de vinho nas caves da abadia. Acorrendo ao local, Dom
Perignon viu o líquido derramado e, como bom apreciador que era,
provou-o. Deu-se então conta de que o vinho «fazia cócegas»;
encantado com o sucedido, comunicou-o aos seus irmãos da comunidade.
De facto, o acaso tinha-lhe proporcionado o conhecimento da
fermentação natural do vinho, produzida pela acção do açúcar e
das leveduras naturais existentes na uva. No entanto, Dom Perignon
não se limitou a desfrutar do fenómeno; pelo contrário, tomou nota
das circunstâncias e investigou-as, até perceber o método
champagnoise
de elaboração da bebida mais valiosa do mundo. Conta-se que o frade
foi, também, quem determinou os dois elementos que mais ajudam a
aperfeiçoar o champagne:
a rolha de cortiçae
a garrafa de vidro grossa. IMAG.50-205
04DEZ1638-1734
- Raphael Bluteau: Clérigo regular da Ordem de São Caetano, e filho
de pais franceses, chegou a Portugal em 1668, a mando do Geral da
Ordem, sendo autor de Primicias
Evangelicas, ou Sermões Panegyricos
(1676). «Além de importante trabalho literário, foi um dos grandes
divulgadores das novas ideias científicas do seu tempo, com
particular interesse pela astronomia» (Diário
de Notícias). Falava inglês,
francês, português, espanhol, italiano e grego - «Um fio de voz,
não quebra o silêncio».
1601-06DEZ1658
- Baltasar Gracián y Morales: Jesuíta espanhol, escritor, filósofo
e moralista, expoente do conceptismo,
autor de A Arte da Prudência
- «As coisas não são vistas pelo que são, mas pelo que parecem.
São raros os que olham por dentro e muitos os que se contentam com
as aparências. Não basta ter razão, se uma acção tem má
aparência». IMAG.91
06DEZ1908-1934
- Lester Joseph Gillis, aliás Baby Face Nelson: Durante a década de
’30, Inimigo Público nº 1 nos EUA - «Não aceito líderes. Tenho
a minha própria maneira de assaltar bancos. Entro por ali dentro,
mato toda a gente e saco o dinheiro» (sobre John Dillinger).
IMAG.423-475-492
09DEZ1608-1661
- John Milton: Escritor inglês - «Ao Céu ágeis ascenderam / Do
Paraíso os anjos, mudos, tristes / Pelo homem, pois sabiam já da
queda!». IMAG.206-489
10DEZ1908-1992
- Olivier-Eugène-Prosper-Charles Messiaen, aliás Olivier Messiaen:
Compositor e organista francês, autor original e vanguardista,
distinguido com o Prémio Internacional Paulo VI (1989) - «Não
deveria ser permitido que alguém fizesse música, como se fosse de
madeira. O texto musical deve ser reproduzido exactamente, mas não
tocado como uma pedra… Sou um francês das montanhas, tal como
Berliotz!». IMAG.213-228-235-282-304-367-421-451-610
BREVIÁRiO
Dom
Quixote edita Poesis de
Maria Teresa Horta. IMAG.100-144-251-351-581-614-637-664-667
Asa
edita Jim Del Monaco - Ladrões
do Tempo de Luís Louro &
Tozé Simões. IMAG.4-11-187-430-493-551-584
EXTRAORDINÁRiO
OS
HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico
BUÇO
COM LEITE MANCHA O COLETE
- 6
Enxovalho
e tanto. Todavia, não era um serviçal ébrio dos vapores
alcoólicos, daqueles que, em passando a piteira, bom será beber com
conta. Nem lhe havia dado a camueca. Pelo contrário, propício ao
sonambulismo, Homero nutria um bálsamo, devotando-se a ideias
niilistas.
Um novo lote de newsletters antigas, previamente inéditas online, agora relativos à data virtual de Setembro 2012, foi carregado nos últimos dias no Imaginário-Médio, passando a estar disponível para todos os visitantes verem. Podem aceder através do link para o blog ou via estes links directos, #385, #386, #387 e #388.
José
de Matos-Cruz | 24 Novembro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal
– Fundado em 2004
PRONTUÁRiO
ÍCONES
Um
fenómeno complexo, mas muito aliciante, ocorreria com Tarzan.
E tudo derivado de tratar-se de uma personagem - concebida por Edgar
Rice Burroughs (1875-1950), em princípios do Século XX - das mais
populares num imaginário romanesco, mítico e lendário. Talvez,
mesmo, aquela que maior recriação artística ou lúdica suscitou,
aos níveis iconográfico e realista, através de múltiplas
vertentes - a literatura, a ilustração, os quadradinhos, a rádio,
o teatro, o cinema ou a televisão. Logo em grande ecrã, e numa
perspectiva clássica, o Homem-Macaco tornar-se-ia indissociável de
uma assunção, atlética e carismática, como a que lhe proporcionou
Johnny Weissmüller (1904-1984), pelos anos ’30-40. O declínio das
subsequentes transposições, com outros intérpretes e sob o signo
de Hollywood, motivou, por parte dos herdeiros, uma cada vez mais
restringida adaptação, no que foi ponderado como uma estratégia
estabilizadora: fechar o cofre
para uma revitalização do fascínio, e à espera de melhores dias
para a respectiva reactivação…
15JUL-16AGO2017
- Castelo de Vila Nova de Cerveira apresenta, no âmbito da XIX
Bienal de Cerveira, A Mão
Direita Não Sabe o Que a Esquerda Anda a Fazer… -
exposição de fotografia de Ernesto de Sousa (1921-1988) sobre as
Oficinas de Santeiros de São Mamede do Coronado (1968), da Colecção
Isabel Alves, sendo curadores Paula Pinto e Oficina Arara.
IMAG.135-198-279-393-534-566-677
14JUL-10SET2017
- Em Lisboa, Museu do Oriente apresenta Tanto
Mundo - exposição de
fotografia de João Martins Pereira.
15JUL-17SET2017
- Em Lisboa, Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva apresenta, no
âmbito da Capital Ibero-Americana de Cultura, Fotoformas
e Sobras - exposição de
fotografia de Geraldo de Barros (Brasil).
13JUL-21OUT2017
- Em Lisboa, Torreão Poente da Praça do Comércio expõe Miguel
Ventura Terra, Arquitecto
[1866-1919] - Do Útil e do
Bello, sendo comissárias
Hélia Silva, Ana Isabel Ribeiro e Rita Mégre. IMAG.447-646
1940-16JUL2017
- George Andrew Romero, aliás George A. Romero: Cineasta americano,
realizador de A Noite dos
Mortos-Vivos / Night of the Living Dead
(1968) - «Habituei-me a ser, durante muito tempo, o único a fazer
filmes de zombies».
19JUL2017
- Em Coimbra, Museu Municipal - Edifício Chiado apresenta, no âmbito
do 9º Festival das Artes, Metamorfoses
- exposição de pintura de Arpad Szènes (1897-1985), sendo curadora
Marina Bairrão Ruivo.
21JUL-01OUT2017
- No Centro Cultural de Cascais, Fundação D. Luís I apresenta
Portraits
- exposição de fotografia de Marta Hipólito.
21-31JUL-01-23SET2017
- Em Lisboa, Galeria Underdogs apresenta Printed
Matters /Lisbon - instalação
de Shepard Fairey (EUA).
23JUL-01OUT2017
- No Porto, Culturgest expõe Um
Campo Depois da Colheita Para Deleite Estético do Nosso Corpo
- instalação de Alberto Carneiro (1937-2017), sendo curador Delfim
Sardo. IMAG.21-241-299-467-553-558-671
VISTORiA
Guarde-se
o discreto de contar a sua mulher as histórias passadas de seus
amores e de sua mocidade. Casam assim dois males: darem a conhecer às
mulheres a fraqueza de seu natural e entenderem como há outras pelo
mundo que se deixam enganar facilmente.
D.
Francisco Manuel de Melo
-
Carta de Guia de Casados
(1651 – excerto)
VISTORiA
A
história não está ligada ao homem, nem a qualquer objecto em
particular. Consiste inteiramente no seu método; a experiência
comprova que ele é indispensável para inventariar a integralidade
dos elementos de uma estrutura qualquer, humana ou não humana. Longe
portanto de a pesquisa da inteligibilidade resultar na história como
o seu ponto de chegada, é a história que serve de ponto de partida
para toda a busca de inteligibilidade. Assim como se diz de certas
carreiras, a história leva a tudo, mas contanto que se saia dela.
Claude
Lévi-Strauss
-
O Pensamento Selvagem (1962
- excerto)
MEMÓRiA
23NOV1608-1666
- D. Francisco Manuel de Melo: Escritor português, membro do barroco
- «Os
príncipes e o fogo querem-se tratados de longe, porque perto
queimam, enquanto que longe alumiam».
IMAG.83-576
25NOV1638-1705
- Catarina Henriqueta, aliás D. Catarina de Bragança, Rainha de
Inglaterra: «Ilustríssima Princesa, Infanta do Portugal, filha do
falecido D. João IV, e irmã de D. Afonso, presente rei de Portugal»
(Assentamento de Casamento com Carlos II, em 1662). IMAG.64
1914-25NOV2008
- William Ford Gibson, aliás William Gibson: Ficcionista e
dramaturgo americano, autor de O
Milagre de Ann Sullivan -
«Nenhuma cena, na actual temporada teatral, é tão arrebatadora
como a cena final desta peça» (Brooks Atkinson - 1959).
IMAG.226-490
28NOV1908-2009
- Claude Lévi-Strauss: Antropólogo e filósofo francês - «O
antropólogo é o astrónomo das ciências sociais: ele está
encarregado de descobrir um sentido para as configurações muito
diferentes, pela sua ordem de grandeza e pelo seu afastamento, das
que estão imediatamente próximas do observador» (Antropologia
Estrutural - 1967). IMAG.278
1897-28NOV1968
- Enid Mary Blyton, aliás Enid Blyton: Escritora inglesa, autora de
Os
Cinco,
Os
Sete,
Noddy,
Uma
Aventura Em...,
O
Segredo de...,
As
Gémeas ou
O
Colégio das Quatro Torres
- «Os nossos livros são facetas de nós-próprios… É como
espreitar por uma janela, ou um filme na minha cabeça, ver as minhas
personagens e escrever tudo no papel». IMAG.147-204-229-495-550-622
EPISTOLÁRiO
A
Um Parente Moço Que Partia Para a Guerra
Ide
com Nosso Senhor. Lembrai-vos sempre dele e de quem sois. Falai
verdade. Não aporfieis. Perguntai pouco. Jogai menos. Segui os bons;
obedecei aos maiores. Não vos esqueçais de mim. E sede embora
Plínio Júnior, que, se tudo isto fizerdes, ainda sereis mais. Deus
vos leve, defenda e traga. ― Torre, sábado.
D.
Francisco Manuel de Melo
-
Cartas Familiares
(Carta, 97.a - excerto)
COMENTÁRiO
Enid
Blyton
Se
algo fez de incorrecto, foi não reconhecer que nem todos se rendem.
Alguns, como ela mesma, continuam a não achar graça às palermices
dos adultos, e a preferir o mundo da aventura da descoberta. É o meu
caso.
Desidério
Murcho
PARLATÓRiO
O
meu amor pelas crianças é a base de todo o meu trabalho. Amo-as, e
quero que cresçam de modo a tornarem-se seres humanos decentes. Isto
parece muito pomposo, mas é, simplesmente, o que cada mãe aspira
para os seus filhos. E eu desejo-o para todas as crianças.
Enid
Blyton (1963)
Para
mim, o acto de escrever torna tudo possível.
William
Gibson (2003)
BREVIÁRiO
Assírio
& Alvim edita Musa | O
Búzio de Cós e Outros Poemas de
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).
Warner
edita em CD, sob chancela Swan Song e Atlantic Records, The
Complete BBC Sessions por
Led Zeppelin. IMAG.192-597
Sextante
edita As Fabulosas Histórias
da Tapada de Mafra de
Cristina Carvalho; fotografias de Nanã Sousa Dias, ilustrações de
Teodora Boneva. IMAG.505
EXTRAORDINÁRiO
OS
HUMANIMAIS - Folhetim Aperiódico
BUÇO
COM LEITE MANCHA O COLETE - 5
Agora
que o errante viajante cósmico, vindo pela Constelação do
Cocheiro, se perdia entre as luminescências do Dragão, com seu
núcleo diáfano e cauda, da qual alguns carecem, Estácio Pastor
sentia-se aliviado, e achava que podia mesmo troçar. Contudo, andava
a ficar com a reputação muito abalada.
É
sabido, entre os cientistas surgem verdadeiras excentricidades. Ainda
há pouco, na citada Lisboa, um tal Sebastião Homero, que gostava de
exibir-se para as inferiores criaturas empalhadas do Museu Zoológico,
foi apanhado atrás dumas estantes na Galeria dos Símios, a gemer.
- Já
nem se avistam!
balbuciou, apontando para os seus próprios órgãos genitais, pois
garantia que estava a metamorfosear-se em mulher!