terça-feira, setembro 19, 2017

IMAGINÁRiO #681

José de Matos-Cruz | 01 Novembro 2018 | Edição Kafre | Ano XV – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

INOCÊNCIA
As tradicionais guerras entre cão e gato, que inspiraram as fábulas de outros tempos e se reflectiram pelos imaginários da animação, culminariam afinal num pacto de paz e cumplicidade, sob o signo da banda desenhada. Tudo, graças a Mutts (1994) - uma obra concebida e ilustrada por Patrick McDonnell.
Ingénuas, irónicas, surpreendentes, as proezas de Earl e Mooch transfiguram uma vivência quotidiana, estilizada pelo olhar humano - e, assim, reinvestidas à primordial dimensão realista. Tudo, para que cada um de nós se divirta e reencontre, pelas emoções mais genuínas. Como apreciou Charles M. Schulz - o privilegiado autor de Peanuts, e pai do irreverente Snoopy - «Mutts é tudo o que uma tira deveria ter. Dá sempre gozo lê-la, e as duas personagens principais são maravilhosamente inocentes. Patrick criou um pequeno mundo, que existe dentro de si próprio». Heróis por conta própria, irresistíveis, Earl descobre que, quando está em maus lençóis, o melhor é ir para debaixo da cama; já Mooch é mais simples e directo, enquanto dá largas à sua filosófica indolência: «Ronrono, logo existo!». IMAG.489

CALENDÁRiO

JUN-14JUL2017 - Em Lisboa, Espaço Novo Banco apresenta A Voz Na Cabeça - exposição de fotografia de Valter Vinagre. IMAG.248-538-580-584-614-640-671

JUN-31OUT2017 - No Porto, Antigos Armazéns da Croft apresenta Porto e Douro: Through the Lens - exposição de fotografia (1845-1975) de Emílio Biel, Domingos Alvão (Casa Alvão), António Beleza (Estúdio Beleza) e Frederick William Flower.

21JUN-12JUL2017 - Em Lisboa, Casa-Museu Medeiros e Almeida apresenta Passeio de Uma Rapariga Europeia - exposição de pintura e desenho de Manuel Vilarinho.

22JUN-09SET2017 - Em Lisboa, Galeria 111 apresenta #Nervosa - exposição de pintura de Rui Miguel Leitão Ferreira.

23JUN-29JUL2017 - Em Lisboa, Fundação Carmona e Costa apresenta Missão Fria - exposição de desenho de Pedro Casqueiro, sendo curador Bruno Marchand.

30JUN-09SET2017 - Bedeteca da Amadora expõe As Cadernetas e os Desenhadores - À Procura da Simbiose Perfeita, em parceria entre a Câmara Municipal da Amadora e o Clube Português de Banda Desenhada.

06JUL-22SET2017 - Em Lisboa, Museu do Oriente apresenta, com AJA / Associação José Afonso (1929-1987) e Câmara Municipal de Grândola, Desta Canção Que Apeteço - exposição sobre a Obra Discográfica de José Afonso 1953-1985, a partir de uma pesquisa de Miguel Gouveia e Cláudia Lopes. IMAG.6-119-170-237-269-328-421-422-427-599

08JUL2017 - Em Cascais, Bedeteca José de Matos-Cruz / Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana leva a efeito a 3.ª sessão das Conversa(s) Sobre Banda Desenhada, sendo convidados Jorge Magalhães & Catherine Labey.  
IMAG.126-129-132-147-150-160-234-256-385-404-414-416-420-430-453-550-626-648

13JUL-17SET2017 - Centro de Exposições de Odivelas apresenta O Corpo e a Cor - exposição de pintura de Sofia Bobone.

VISTORiA


Sem autenticidade, sem educação, sem liberdade no seu significado mais amplo – na relação consigo mesmo, com as próprias ideias pré-concebidas, até mesmo com o próprio povo e com a própria história – não se pode imaginar um artista verdadeiro; sem este ar, não é possível respirar.
Ivan Turgéniev
- A Propósito de ‘Pais e Filhos’

MEMÓRiA

1915-03NOV1998 - Robert Kahn, aliás Bob Kane: Artista americano de quadradinhos, criador do Homem-Morcego (1939) - «Toda a imortalidade de que Batman desfruta, provém do meu estilo original, que perdurou durante vinte anos, e não do new look que entretanto lhe atribuíram». IMAG.2-62-201-208-227-292-399-419-536-546

04NOV1908-2005 - Józef Rotblat, aliás Joseph Rotblat: Cientista britânico de origem judaico-polaca, físico, galardoado com o Prémio Nobel da Paz (1995) com a Pugwash, organização de luta contra as armas nucleares, da qual foi um dos fundadores. IMAG.56

1942-04NOV2008 - John Michael Crichton, aliás Michael Crichton: Escritor e produtor americano, de cinema e televisão, autor de Parque Jurássico - «Qualquer descoberta é sempre, mas sempre, uma violação do mundo natural». IMAG.26-223-391

09NOV1818-1883 - Ivan Sergueievitch Turgéniev: Romancista e dramaturgo russo - «No final, a Natureza é inexorável. Ela não tem razão para se apressar e, mais cedo ou mais tarde, tudo o que a ela pertence, a ela voltará, sempre inconsciente e inflexivelmente obediente às suas próprias leis, que não conhecem a arte, assim como não conhecem a liberdade e a bondade».  
IMAG.179-200-202-220-335-338-433

1792-13NOV1868 - Gioacchino Antonio Rossini, aliás Gioacchino Rossini: Compositor italiano - «Em criança, eu tinha uma bela voz… Os meus pais faziam-me cantar no coro da igreja. Foi quando um tio, barbeiro de profissão, os convenceu da oportunidade de impedir a mudança da minha voz, pois assim tornar-me-ia uma fonte segura de rendimento para toda a família». IMAG.320-323-360-440-585

TRAJECTÓRiA

Rossini - O Compositor de O Barbeiro de Sevilha

Gioacchino Rossini (Pesaro, 1792-Paris, 1868) foi um compositor de talento e, sobretudo, de sucesso - a ponto de ser o mais célebre da época, preferido pelo grande público ao seu contemporâneo Beethoven. Da longa lista de óperas (no seu repertório destaca-se também outro tipo de peças, com destaque para a obra sacra Sabat Mater) podem citar-se A Dama do Lago, Tancredo, A Italiana Em Argel, Otello, Cinderela, A Pega Ladra, Moisés No Egipto, Semiramis ou Guilherme Tell (talvez a sua obra-prima). Mas o nome de Rossini está sobretudo associado a O Barbeiro de Sevilha, essa popular ópera-bufa em dois actos, em que o conde Almaviva convence o amigo barbeiro Fígaro a ajudá-lo a conquistar Rosina (bela moça que vive com o médico Bartolo, que se quer casar com ela) numa sucessão de peripécias e disfarces, espiões a fingir e polícias de gargalhada. E mais do que a intriga rocambolesca, o que tem perdurado ao longo dos séculos são alguns trechos que se universalizaram. Sobretudo a ária inicial, Largo al Factotum, que toda a gente sabe trautear: «Fígaro qua, Fígaro la, Fígaro qua, Fígaro la / Figaru su, Fígaro giu, Figaru su, Fígaro giu».
17OUT2009 - Diário de Notícias

COMENTÁRiO

Michael Crichton

Era o melhor a misturar aspectos da ciência com grandes conceitos dramáticos, e isto deu credibilidade a um imaginário em que os dinossauros vivem de novo sobre Terra. Tinha um temperamento gentil, e reservou a sua faceta mais extravagante para as narrativas literárias. Não há ninguém em tal actividade que possa preencher a sua ausência, ou continuar o seu trabalho romanesco.
Steven Spielberg
PARLATÓRiO

Todos os sentimentos podem conduzir ao amor e à paixão. Todos: o ódio, a compaixão, a indiferença, a veneração, a amizade, o medo e até mesmo o desprezo. Sim, todos os sentimentos, excepto um: a gratidão. A gratidão é uma dívida: todo o homem paga as suas dívidas, mas o amor não é dinheiro.
O lugar insignificante que ocupo é tão minúsculo em comparação com o resto do espaço em que não estou, e onde não se importam comigo… A parcela de tempo que hei-de viver é tão ridícula em face da eternidade, onde nunca estive e nunca estarei… Neste átomo, neste ponto matemático, o sangue circula, o cérebro trabalha e quer alguma coisa… Que estupidez! Que inutilidade!
Ivan Turgéniev
INVENTÁRiO

Uma obra de arte pertence, antes de mais, ao criador que a imaginou.
Contudo, também é um pouco dos que, apaixonadamente, dedicaram toda a sua vida, para que ela possa ser admirada, não só pelos seus contemporâneos, mas também por aqueles que ainda hão de vir.
É essa história, feita de pequenos e grandes relatos, que aqui é narrada.
Grão Vasco é o pintor Vasco Fernandes, mas é também o nome do museu que acolheu a sua obra e o fez ganhar o seu quinhão de eternidade.
Longe vão, pois, os tempos em que a criação deste museu não passava apenas de uma ideia. Depois, com Almeida Moreira, ela ganha finalmente forma, com a criação de um museu regional que, ao longo dos anos, vai crescendo e diversificando-se. Actualmente, e já com cem anos de existência, o seu acervo tornou-se tão importante, que é já considerado um museu nacional. 
E esse é, de facto, um prémio justo para todos os que, com paixão, construíram coleções únicas sobre Vasco Fernandes, o naturalismo português, a escultura medieval e as artes decorativas. E isto é, apenas, a história dos primeiros cem anos…

BREVIÁRiO

Edições Esgotadas lança Museu Nacional Grão Vasco 1916-2016 - Em Busca da Arte Perdida de João AmaralIMAG.7-149-155-204-416-430-431-446-539-596-678

Sem comentários:

Enviar um comentário